quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Doce inocência

      Ela levou o dedo indicador até o nariz sem cerimônia. Não estava se importando com quem passava. Na porta do restaurante, o comportamento é típico e muito natural para a idade que ela aparentava ter. Totalmente despreocupada com o que iam pensar, achar ou julgar. No mínimo, pensaram “nossa, a mãe dessa garotinha deve ser uma porca”, ledo engano. Quem dentre os humanos já não teve tal atitude? Lembra-se com clareza da infância? É possível que algumas pessoas tenham ‘flashs’ na memória, mas nada concreto.
      A igenuidade está no sorriso doce e no meigo olhar. A vida toda se alegra com um doce, um brinquedo, um passeio pelo parque. São até capazes de dizer “Hoje foi o dia mais feliz da minha vida!” e com tão pouco. O pouco para alguns é o muito para elas. E é o “pouco muito” que as fazem felizes, transformam lágrimas em alegria, com uma capacidade extraordinária de perdoar. Apreciável. Quão bom seria se todos os dias o ser humano exercitasse o dom supremo da inocência, sem perder a personalidade e caráter de saber agir no momento correto. Provavelmente, se isso acontecesse e os interesses supérfluos se fizessem sufocados, seria possível entender o que significa a paz mundial.

5 comentários:

Helouquinha disse...

Aninha,



O dom do perdão e da inocência esta em cada um de nós, alguns em grande quantidade e outros em menor quantidade.
Minhas palavras estão curtas neste momento, mas saiba me fez refletir que se somos assim, não mudaremos, nem na base das criticas, pois, que gosta de mim e de vc, gostará pelo que é e não por uma atitude.
Meu blog continua evitando atualizações em seu blog.
Poxa
beijocas

Helouquinha disse...

Acontece Aninha, mas obigada por tentar
Colocarei um post reflexivo agora em seguida, espero que curta
Beijocas

s2...Ná...s2 disse...

Que texto Genial Aninha...
Partir de uma atitude às vezes ingênua, um ato simples e automâtico numa certa idade, para um contexto muito maior, onde na verdade a criança não está pensando no que os outros pensam, mas em ser ela mesma... Falta de educação? Porquisse? É o que sempre escutamos, desde pequenos e o que de fato eu acredito q seja. Mas o sentido do seu texto é muito maior, remete a inocência, a expontaniedade, a alegria com coisas simples que a criança mantem em alta dentro do coração e o qual as vezes a gente vai perdendo conforme estamos crescendo. Parabéns pelo texto, ele ficou bom.

Henrique Gois disse...

Seu texto me fez lembrar duas coisas, uma delas é a frase: eis de endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura (Che)
e outra é o livro Admirável mundo novo, pois como já foi dito a sociedade tenta podar a gente, adestrar, impor regras e não perder a ternura mesmo quando as situações onde é necessário ser duro é uma das coisas mais inocentes que consigo imaginar.
belo post

Analina Arouche disse...

Helouquinha, Nazinha, Johnny e Gois, obrigada pela visita! Pelos comentários e pela compreensão de cada um de vocês. Essa divisão de conhecimento me ajuda a ver as proporções que as palavras ganham!

Abraços a todos!