quarta-feira, 2 de novembro de 2016

TRAdIÇÃO

FreeImages.com

Ela leva longos anos para se estabelecer. Pode ser encontrada em hábitos, lugares e até em famílias. Quem nunca ouviu falar na família exemplo? Aquela que segue determinados costumes e valores e é respeitada e admirada por isso. Do latim traditio, o mesmo que “entregar” ou “passar adiante”, ela é seguida por alguns que nem pensam em seu real significado. Mas algumas coisas não precisam ter sentido, ao invés disso, a traDição é deixada para trás e em seu lugar nasce a traIção, porque essa sim ganhou dignidade ao longo dos anos. Mereceu espaço onde não lhe cabia, onde não era bem-vinda. Estabeleceu-se no centro para nortear o desnorteado, para camuflar a lealdade, fazer de honesto o desonesto. Merece aplausos, merece ser ovacionada por tamanha astúcia. Essa sim sabe se posicionar corretamente na cabeça dos imbecis. Um exemplo seguido a todo tempo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Se o sol fosse verde...


FreeImages.com

Sabe aquela constatação “lugar errado na hora errada”? É azar de principiante, pois os veteranos cultivam a sorte.  As manhãs são de esperança. O brilho esverdeado do sol  funciona como um convite para deleite do dia que acaba de despontar. A sorte não é só uma condição do além, ela não surge, ou aparece de repente como que por mero acaso. É um estado a ser conquistado por meio do comportamento diante das diversas e adversas situações. É fruto de acertada expressão frente aos desafios que, constantemente, perturbam a paz. Blindar-se de todo o mal não é uma tarefa simples, mas nada impossível para quem acredita que até a força do pensamento reflete diretamente na vida como um todo. Parece ser otimismo demais, entusiasmo demais, mas mudanças são evidentes. Se há dúvida, tente. Se está para apostar, arrisque. O revestimento é gratuito, ela vem.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Puxa-encolhe, chove-não-molha


FreeImages.com
A linha tênue que permeia a crença e a razão as coloca contra a parede e faz uma perturbar a paz da outra. Ela chega ocupando um espaço que não lhe pertence e ao invés de caminharem juntas por meio da coerência, razão e crença se desequilibram para justificar o injustificável e provar que uma é melhor que a outra e que a outra faz mais sentido que a uma. Entre o sim e o não surge uma nuvem negra de talvez... Perdem o sono e o espaço confortável de outrora. Em minúsculo ambiente, quase não conseguem mais se ver com as incontáveis incertezas do passado, do presente e do futuro. Nesse “puxa-encolhe” e “chove-não-molha”, a indecisão de não decidir faz a dúvida pregar algumas peças... Se bem que às vezes. Na verdade não se sabe. Pode até ser. Se você for ver é isso aí mesmo, não tem pra onde fugir. Até que se prove o contrário. Hoje em dia não se pode confiar nem na sombra...

sábado, 23 de julho de 2016

Malabarismo da tocha


FreeImages.com
O fogo tomou as duas extremidades do bastão que, jogado para cima, alcançou olhares dos motoristas e passageiros que aguardavam o semáforo mudar para a cor verde. O artista de rua equilibrou o bastão em duas improvisadas baquetas, fazendo movimentos de malabarismo. A arte típica de circo atrai um pouco de atenção, mas o curioso mesmo é que o artista se concentra e, possivelmente, deve treinar antes das apresentações com certa dedicação. Afinal, ele deseja receber alguns trocados por sua performance. Entre tantas chamas, a da tocha olímpica é por vezes derrubada pelos supostos ícones brasileiros. Provavelmente, os artistas circenses de rua carregariam a tocha das tochas de forma muito profissional, leia-se: sem quedas. E o que será que essas quedas representam? Talvez, um país sem presidente, sem onça Juma, sem civis patriotas e a maioria desses infelizes por sediar os jogos olímpicos. Reflexo é resultado e o resultado nem sempre é satisfatório.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Reclamantra


FreeImages.com

Tudo o que apresenta uma constante tende a ser quase que uma convicção. E os dias passam a ser todos parecidos um com o outro com pouquíssimos momentos de alegria. Porque nada está bom o suficiente para agradecer e os reais motivos para celebrar já não são dignos de tanta comemoração. Olhar cabisbaixo, sorriso ao contrário e ombros projetados para frente é como anda, arrastando os pés acorrentados nas montanhas de reivindicações e queixas que são, sem dúvida, extremamente relevantes. Acorda e vai dormir dessa forma, ansiando por um milagre, esperando que o "homem de aço" venha resgatar esse pobre ser que tanto sofre. Porém, ignora que há tantos mantras saudáveis que elevam almas, transformam vidas e são proporcionalmente fiéis ao intenso clamor e invocação do que nutre a sensação de prazer e bem-estar. O primeiro passo para se libertar é ter fé - convicção e crença firme e incondicional, alheia a argumentos da razão - e depois ser agradecido por tudo ao poderoso ser em que crês.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Nota do tempo do 1 REAL

FreeImages.com


Imã de geladeira? Chiclete de 'metro'? Balinhas mais doces que o mel? Ovinho de chocolate ao leite com uma surpresa? (Já faz muito tempo que esse não é 1 REAL...) Real vai, real não vem... Às vezes, o real precisa esperar o colega terminar de falar para garantir o real do dia. O real não dá tréguas. As mini frases indutivas já são jargões e ensurdece a cada "por apenas", "é só", "promoção", "dois por 1". O real não se sujeita ao patrão, aos horários, às normas, aos portões das unidades de produção. O real escolhe seu próprio fluxo de trabalho, o real não pede licença, ele grita, empurra, faz qualquer negócio para fazer mais real o seu mundo. O real também é pedinte e acha um absurdo que não lhe estendam a mão para entregar apenas 1 REAL. Se o real fosse fácil de achar, mais fácil seria oferecê-lo. Quanto mais real se pede, mais real aparece. Todo real se acha livre, será?

terça-feira, 17 de maio de 2016

'eXpreguiçar'

"Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na saga, ajunta o seu mantimento" Provérbios 6:6, 7 e 8

FreeImages.com


Espreguiçar-se como se a preguiça fizesse parte do passado, passando a ser 'eXpreguiça'. É possível aprender até com os mais desprezíveis dos bichos, desprezíveis do ponto de vista dos ignorantes. Essas criaturas são incrivelmente movidas pelo instinto, uma tendência natural não aprendida, nem treinada, trata-se de um padrão de comportamento admirável que rege a menor das vidas de forma muito positiva. Ensinam grandiosas lições quanto ao trabalho em equipe. Transmitem senso de cooperação e autossuficiência. Demonstram gratidão pelo sol, pelo dia de trabalho e por toda colheita realizada. O chicote não as persegue e o inverno para elas é farto e aconchegante, recompensa pela qual muito mereceram, por seu esforço e determinação. E, assim, todos os dias, muitas dessas formigas têm se despertado, espertado e 'eXpreguiçado' para o novo, para o amanhã, para o mundo que ainda pretendem e querem descobrir. 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Pela extinção da sabotagem, eu voto sim

"Dificultar ou prejudicar uma atividade por meio de resistência passiva" 

Por que você paga o preço até hoje por resistir? Por alienação, você tem resistido ao que é bom. O mundo de fantasias é um mundo distante, apenas visual e frio. No fim, você está mesmo é sozinho. Para o que resiste, a verdade e a sinceridade ditas em alto e bom som assustam. Virtudes que se tornam obstáculos. É traído por uma política pessoal do conceito que tem sobre quando e como agir. E o que faz? Não age. Encontra mais barreiras e se isola do outro lado do monte de "historinhas". Sabota-se. A autossabotagem acontece todos os dias de sua vida e conclui que sua vida é aquilo mesmo e talvez não mude. Não se arrisca, não enfrenta os problemas, porque está indisposto demais para se dispor, ou mesmo se indispor, caso seja necessário. A tela do seu aparelho de celular inteligente, ou do seu computador pessoal não tem olhos, não tem sentimentos, não enxerga os gestos, não ouve, não fala de coração, pois não o tem. A mensagem aparece e você a absorve sem questionar, afinal, não está disposto. Movimento é vida, e vida tem gana de viver. Admirar a lua cheia (admire-a está realmente linda), o céu estrelado, a pessoa diante de nós, "o homem no espelho", ou andar descalço no gramado, olhar nos olhos, viver um tempo de qualidade sem medo de ser feliz, ou de ao menos ter tentado.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Não vou te agarrar / Que pena!

Arquivo pessoal

É outono e o sol aquece suavemente entre as rasas copas das árvores. Deito-me no úmido gramado logo depois de observar os patos que haviam repousado nas águas represadas. Em seguida, levantaram um rasante voo pelas águas emitindo sons de calmaria e paz com suas asas angelicais. Perdoei antes mesmo de ali chegar, pedi perdão por minhas falhas e acreditei no amor. Sem intenções de agarrá-lo, você disse "Que pena". Sem intenções de beijá-lo, selou-me teu beijo... E afirmou me deixar livre após convite para uma noite entre amigos ao décimo dia. Porém, a viajante regressou, a carência acabou e eu voltei a ser um assento vazio, alguém que incomoda e causa sofrimento. Só tento me colocar no meu lugar, porque ninguém, senão Cristo, fará isso por mim. Eu sou responsável pela minha felicidade e 'deixo-a' partir, pois a quero por inteiro, ser um assento preenchido e não substituto, ou apenas necessário quando conveniente. Quando sou fraca, tenho sido forte e muito forte.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Resgat-águias

FreeImages.com

Fuga selvagem. Sobrevoa altas nuvens, mostre sua coragem. Abre as asas em meio aos ventos e eleva teus anseios. Resgate a sanidade e voe, encontre seu ninho. A passagem do ar puro percorre agora por cada pena e paira sobre ti a paz do Mestre das águias. Resgate-as, regate-se, resgat-águias. Não mais sofra. Não mais chore. Não mais espere. Buscai e encontrarás o recanto da paz animal que vive em você, que vive no outro, que vive nelas: aves selvagens. O céu não é limite, é a esperança ilimitada.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Descendência

Nos braços, um ser. Curioso, atento, sorridente e amável. Nascido com saúde, isso é bom. A gargalhada invade o lugar e arranca sorrisos tímidos de quem está por perto. Se o dia não começou bem, se o humor não estava mais para bom, se a vontade de sofrer uma abdução bateu, acabou ali... Na meiga expressão de alegria e satisfação de um bebê. E ninguém se aguenta, é a atração do momento. E quando dormem, todos observam e sentem aquela paz. Quão bom é ninar com eles, mesmo que em pensamento.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Nota do tempo das mensageiras

Com a voz e o comportamento infantis, ela aparentava ter 60 anos, ou mais. Falava alto e a falta de alguns dentes fazia com que as palavras tivessem um leve chiado ao final. Olhando pela janela, notou o rio e os prédios e fez a seguinte observação: “- Se não tirarem os prédios de lá, eles vão cair tudo no rio”. Encantava-se com a quantidade de pessoas, com o sinal de aviso das portas, com o pato nadando no rio poluído e com o menino que não tinha barba no rosto. Perguntou se ele tinha namorada. Com a negação, ela disse: “- Isso mesmo tem de estudar muito, estuda, viu?”. Balançava para frente e para trás. Disse com orgulho que não bebia e nem fumava. Recebeu o elogio de “anjo, é um anjinho” e um afável carinho na cabeça de sua cuidadora. Conversavam o tempo todo, sorriam e trocavam beijos no rosto. Desinibida, o anjo passou a falar com uma passageira, disse que completou 51 anos mês passado e que “teve problema”, apontando para a cabeça. Elas ensinam muito com pouco tempo por perto. Eu não senti a presença de um anjo, mas de dois.  

domingo, 10 de janeiro de 2016

Feliz Stradivarius

FreeImages.com

Com excelência de qualidade, poucas são as unidades que emitem som impecável. Obra das mãos de um luthier que esculpe e modela com perfeição. Entre seus feitos estão as melhores madeiras, as melhores cordas, as melhores medidas... Um instrumento para propagar a paz, o amor e eternizar momentos de união. Vibrações de uma harmonia de graça e tranquilidade para ouvidos sedentos de esmero. Raridades são assim. E, em réplicas, compartilha pequenas demonstrações do que se conhece como arte musical. Um Stradivarius não é de se jogar fora, muito menos perdê-lo, ou deixá-lo empoeirado. Sua caixa de ressonância clama por vida própria e sobre suas cordas o arco repousa em uma combinação perfeita da sintonia de dois corpos.