33 graus Celsius. Não ventava, nenhuma nuvem fazia sombra, as fofas branquelas passeavam distantes da bola de fogo. O solo negro correspondia com mais calor e aquela onda se movimentava devagar, muito mais do que deveria e quase sempre parava. A espuma branca se enfurecia com os números elevados do contador, pois o tempo de espera era demorado demais. Algumas ondas eram demasiadamente extensas, o fim delas não se alcançava com os olhos. Não refrescava a vida, nem fazia o vai e vem da maré. Lavou a alma de muitos com inúmeros gases fétidos, deixou o calor ainda mais insuportável. O mar era renovado a cada luz verde, dissipava aos poucos até a luz vermelha interromper o curso das ondas novamente. Em pouco tempo se faziam tantos em número, em cor, em preferência, em estilo e em aparência, que já não mais ganhavam admiração. Porém, duas rodas sob leve estrutura, impulsionada pelos pés e com os cabelos ao vento, poderiam formar uma onda mais atratativa, livre de toda essa saturação.
2 comentários:
Seu blog daria um livro agradábílissimo, cheio de notas de coisas aparentemente simples, corriqueiras, mas que fazem diferença nas nossas vidas.
Amo-te!
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