terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mar metalizado

            33 graus Celsius. Não ventava, nenhuma nuvem fazia sombra, as fofas branquelas passeavam distantes da bola de fogo. O solo negro correspondia com mais calor e aquela onda se movimentava devagar, muito mais do que deveria e quase sempre parava. A espuma branca se enfurecia com os números elevados do contador, pois o tempo de espera era demorado demais. Algumas ondas eram demasiadamente extensas, o fim delas não se alcançava com os olhos. Não refrescava a vida, nem fazia o vai e vem da maré. Lavou a alma de muitos com inúmeros gases fétidos, deixou o calor ainda mais insuportável. O mar era renovado a cada luz verde, dissipava aos poucos até a luz vermelha interromper o curso das ondas novamente. Em pouco tempo se faziam tantos em número, em cor, em preferência, em estilo e em aparência, que já não mais ganhavam admiração. Porém, duas rodas sob leve estrutura, impulsionada pelos pés e com os cabelos ao vento, poderiam formar uma onda mais atratativa, livre de toda essa saturação.

2 comentários:

s2...Ná...s2 disse...

Seu blog daria um livro agradábílissimo, cheio de notas de coisas aparentemente simples, corriqueiras, mas que fazem diferença nas nossas vidas.

Amo-te!

Johnny Nogueira dos Santos disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.