Embarcaram no vagão do metrô. Com mochila nas costas, vestiam jeans e calçavam tênis. A mais encorpada vestia uma camiseta folgada. A mais magra vestia uma blusa estilo babylook. Conversavam de pertinho, usavam aliança de compromisso e estavam com os pálidos rostos avermelhados pelo sol que ardia bem acima dos trilhos. Por alguns segundos eram apenas adolescentes comuns, melhores amigas. Mas algo desviou a atenção dos homens daquele vagão quando os lábios das meigas garotas se encontraram. Naquele instante, tornaram-se atrizes de um imperdível filme. Eles as olhavam, pareciam gostar e ao mesmo tempo não acreditar. Pasmados e com receio, às vezes, mudavam de vista. Elas pareciam não se incomodar. A pouca timidez fazia com que se tornassem únicas no ambiente coletivo. Uma cena que, pelo visto, ainda está longe de ser considerada uma virtude. Por enquanto há quem respeite e não aceite, ou quem aceite e respeite, como também quem não respeite e nem aceite.
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