O mundo mudou.
Ele está realmente assustador e muitas das coisas são amedrontadoras, inclusive
saber que o número de pessoas é muito maior. As terras estão gritando, os
animais se refugiam, mas não podem combater contra a brutal e avassaladora
força do homem e seus pesados artefatos. Tocas foram soterradas, ninhos estão
caídos, cavernas exploradas desabrigam inofensivos morcegos, peixes estão
sedentos e o pasto já não doa alimento necessário para famílias de quadrúpedes.
A fauna e a flora se despedem num canto tristonho e temem não mais ganhar
liberdade para governar a natureza. Poucos lutam pelos interesses do bem comum,
pela preservação desses incríveis seres que até hoje nos concederam o sustento
e nos alegram cada dia com a sua beleza e majestade ímpar que só a
originalidade poderia oferecer. Um nó paira na garganta ao ver que muitos
desses seres são conduzidos pelo instinto. Reféns dos seus invejáveis faros,
cobiçada audição e contemplada visão mesmo na escuridão, caem no engano e atrás
das grades de uma infame gaiola. Mentes estressadas, a liberdade se faz nula
nas garras do medo e da dor que sentem ao sair de seus habitats não mais
naturais. A superioridade humana está a uma distância pouco longe da ruína e da
morte.
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