quarta-feira, 20 de junho de 2012

Selvageria concentrada


      O mundo mudou. Ele está realmente assustador e muitas das coisas são amedrontadoras, inclusive saber que o número de pessoas é muito maior. As terras estão gritando, os animais se refugiam, mas não podem combater contra a brutal e avassaladora força do homem e seus pesados artefatos. Tocas foram soterradas, ninhos estão caídos, cavernas exploradas desabrigam inofensivos morcegos, peixes estão sedentos e o pasto já não doa alimento necessário para famílias de quadrúpedes. A fauna e a flora se despedem num canto tristonho e temem não mais ganhar liberdade para governar a natureza. Poucos lutam pelos interesses do bem comum, pela preservação desses incríveis seres que até hoje nos concederam o sustento e nos alegram cada dia com a sua beleza e majestade ímpar que só a originalidade poderia oferecer. Um nó paira na garganta ao ver que muitos desses seres são conduzidos pelo instinto. Reféns dos seus invejáveis faros, cobiçada audição e contemplada visão mesmo na escuridão, caem no engano e atrás das grades de uma infame gaiola. Mentes estressadas, a liberdade se faz nula nas garras do medo e da dor que sentem ao sair de seus habitats não mais naturais. A superioridade humana está a uma distância pouco longe da ruína e da morte.

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