Pés empoeirados e calejados desviavam das pedras cravadas no barro seco. Tropeços no meio do trajeto escaldante feriram aquele corpo já cansado de tanto penar por aí. Andarilho do tempo repousou na encruzilhada da vida a escolher um caminho. Com sede e aparente cansaço não parecia ser prazenteiro pensar por qual deles deveria trilhar. Mas pôs-se a questionar “Quantos de mim também não gostariam de ter este privilégio?”. O caminhante percebeu que só seguia o rumo que lhe parecia mais viável, porém, esqueceu-se da rota que havia planejado. Exaustivos estudos de mapas, caminhos estrategicamente predefinidos no traçar de um lápis tornaram-se meros arquivos esquecidos. Abusou da bússola de liberdade, sua visão já turva impedia a consulta nos papéis enriquecidos de opções. Desfaleceu na esquina da bifurcação, aterrorizado e sem amparo. A fuga falhou outra vez, pois sua rota não é nova rota, seu percurso é um caminho pensado e repensado. Um passo para o desvio é um passo para um fim desventurado.
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