sábado, 27 de abril de 2013

Cinzas e pó

Cinzas. O odor da transpiração de todo o corpo, da jaqueta surrada, das mãos e de tudo mais. De repente, o ar das proximidades ficou tóxico e sufocante. Escravos das substâncias, inalam e sopram nuvens de venenos pelo raro ar puro que ainda insiste em sobreviver. Muitas vezes, a nuvem percorre na direção do próximo ser humano, possivelmente azarado e passivo, que está contra o curso do vento e recebe um banho de fumaça fétida. A vida passa pela janela e o ar do lado de fora parece ser menos pior. Para o vício, a saúde não deve ter muito valor, nem mesmo a higiene, nem mesmo a educação, pois são de sombras que seus pulmões respiram, de tabaco que emanam seu cheiro e de bitucas que as ruas são cobertas. Se algum prazer há em tal prática, que a vida me preserve apenas como sofredora dessa ação, sem nunca praticá-la.

Um comentário:

Johnny Nogueira dos Santos disse...
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