sábado, 28 de janeiro de 2012

Sinfonia das águas

          
                Num aperto intencional a armação se abriu e esticou a lona dobrável e impermeável no alta da cabeça. Logo se podia ouvir o som dos pingos com a queda interrompida na tenda que livrava quase todo o corpo da chuva. Rapidamente batiam na superfície e escorriam pela curva chão abaixo. Unidos no solo sem absorção formavam poças a cada desnível da rua e calçada. Os veículos transitavam velozmente e os sulcos dos pneus levantavam jatos de gotículas como uma breve neblina. Os 'splashs', os 'chuás', os 'tecs tecs' e 'shshshshshs' não deram trégua e são impressionantemente músicos destes dias chuvosos. O próximo aperto fez a lona dobrar e escorrer o excesso de água na sacolinha plástica, interrompendo a viagem agradável debaixo da queda das águas.

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