Essa série não é sobre violência. Não é sobre jogos infantis. Essa série não é sobre sexo e drogas. Não é sobre tráfico de órgãos. E também não é sobre dinheiro. E, óbvio, não é para crianças. Essa série é sobre o submundo. É sobre viver na extrema linha da miséria. É sobre amigos de infância que cresceram no mesmo bairro e tiveram oportunidades diferentes. É sobre apostar em corrida de cavalos com o dinheiro 'furtado' da mãe idosa e diabética. É sobre não conseguir comprar frango frito no aniversário da própria filha. É sobre levar tapas na cara na estação do metrô sem motivo aparente para levar o mínimo de sustento para casa. É sobre ir à polícia, falar de algo realmente sério e grave e, mesmo assim, desdenharem de você. É sobre se humilhar para a família da ex-mulher pedindo dinheiro para cuidar da mãe doente. É sobre a batedora de carteira que busca alternativas não plausíveis para tirar o irmão do orfanato. É sobre o estrangeiro que trabalhou suado e não recebe o salário do patrão aproveitador. É sobre uma jovem abusada, física e psicologicamente, pelo padrasto evangélico e que abre mão da própria vida em um jogo, por considerar que não tem melhores motivos para sair dali. É sobre respeito ao idoso com tumor na cabeça que mija nas próprias calças e apresenta sinais claros de demência. É sobre o policial que tenta ser herói e se dá mal. É sobre game over, é sobre o fim do jogo para milhares de pessoas. É sobre não conseguir pagar as próprias contas. É sobre não conseguir se alimentar. É sobre achar que 'viver' é pesado demais para continuar do lado de fora. É sobre o jogo da vida. E todos estão tentando sobreviver.