Como porcos fomos banhados, arrastados e lavagem nos restou como alimento. Nossa água jaz tóxica e para o abatedouro fomos fadados. Nossa carne cheira mal e nossa família sangra na terra de sobreviventes. Somos apenas números da infeliz estatística de mais um 'acidente' e nossa desventura será em breve esquecida. Entrego-me ao barro e meu suspiro já é de Deus.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Telão de pálpebras
É noite e chega a hora do ritual diário de descanso, após um banho relaxante horizontalizar o corpo depois de mais um dia repleto de tarefas.
Para assistir o melhor longa-metragem de todos os tempos, basta cobrir os olhos com as delicadas e flexíveis pálpebras. A apresentação pode ser um misto de momentos vividos durante o dia, ou lembranças do passado combinadas ao presente e ao futuro. Alguns não podem ser compreendidos muito bem, outros são cheios de símbolos, mas os melhores são os que ficam na memória, mesmo que fragmentados, expressam conexão com algo que está realmente acontecendo, ou que já aconteceu. Esses são os melhores. Trazem inspiração. Permitem novas descobertas. Quando se está dormindo, neles tudo é possível: voar, cair sem se machucar, rir, matar, morrer, chorar.... Enquanto despertos, ele vive a cada dia, algumas vezes é intenso demais e se alimenta de esperança. É responsável por manter muita gente viva, por meio de uma chama vibrante que emana energia a cada pensamento de positividade concentrado nele. Não custa um centavo e alimenta a alma com a certeza de um dia ser realizado. Ah... sonhar!
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