Seus olhos cabisbaixos de indignação consomem a alma
Eles não querem nem saber
Viver bem enquanto podemos deve ser uma sina
Ditadura de águas passadas ainda escorrem quentes em armas
de fogo
Pela intimidação sois fadado ao conformismo, comodismo
Em terra de opressores, oprimem-se vontades políticas
Venderam-te uma ideia de sociedade ideal e nem sequer
olhaste para fora?
Admiraste mais o suicídio de supostos pensadores idealistas?
Nem coragem, nem verdade, nem aí
Nem pobres, nem democracia, nem sistema
A isenção não isenta ninguém
Fazemos parte de tudo, do todo
Ninho de cobras peçonhentas pensantes que se contradizem
Embebedam-se em álcool e seu dinheiro financia o vício, a
‘conscientização’
Hipocrisia da ironia: ‘na casa de ferreiro o espeto é de pau’
Embrulha o estômago e engole o engodo da ‘pregação’
universitária
Poucos acessam, poucos compreendem, para tão poucos servem
Essa mínima parcela nem ao menos sabe o significado de
algumas poucas palavras aqui registradas
Lascado, faminto, maltrapilho
Não pensa em sistema, como poder ser? Como dever ser?
A fome o destrói, os entorpecentes o mantém vagando
Apesar de falho, traiçoeiro e errôneo, esse sistema que nos
sustém
Não concordar, não consentir, não compactuar
Por esse motivo se vota, se escolhe, se elege
É hora de lavar as mãos?
Vote pelos seus
É hora de lavar as mãos?
Vote pelos seus
Analfabetos
Dependentes químicos
Aos que não puderam terminar seus estudos
Mulheres da vida
Catadores de sucatas
Lixeiros
Donas de casa
Mães com mais de quatro filhos
Órfãos
Enfermos
Aos lascados, sem esperança, sem rumo...
Entender que sua escolha interfere na vida do próximo
É o primeiro passo para um sistema uniforme e coerente
5 de outubro: Vá para
urna.