sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Terras áridas

           Cantava afinado e alegre. Alternava com assobios, dirigia com pressa para chegar ao destino. Queria se refrescar e deixar a grande circunferência que calejava suas mãos em mais um dia quente. A canção que entoava lembrava as regiões agrestes, a caatinga nordestina. De pés descalços na terra distante dos centros urbanos... Um choro com saudades do sertão. Pelo reflexo dos óculos escuros, deitada sobre um colo amoroso, via os postes e fios elétricos, as árvores apressadas, tudo ficando para trás abaixo de um limpo azul celeste de poucas nuvens. Naquele calor escaldante e desidratante, uma música contagiou meu estado de espírito. Em um momento que eu mais ouvia, por não poder falar.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ócio

Tão ausente quando precisamos dele.

Tão presente quando não queremos ele.

Tão eficaz para promover textos como este.

Tão cruel quando preferimos o contrário.

Tão injusto quando se tem tanto para fazer.

Tão capaz de provocar a discórdia.

Tão oportuno se usado para o mal.

Tão confuso quanto não fazer nada com ele...

Ao ponto de saber e não poder fazer com ele o que se quer fazer.